Tipos de técnicas cirúrgicas
A cirurgia bariátrica e metabólica reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. Os tipos de cirurgias bariátricas se diferenciam pelo mecanismo de funcionamento. Existem três procedimentos básicos da cirurgia bariátrica e metabólica, que podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia (menos invasiva e mais confortável ao paciente):
Restritivos – que diminuem a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar.
Disabsortivos – que reduzem a capacidade de absorção do intestino.
Técnicas mistas – com pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino com discreta má absorção de alimentos.
Tipos de procedimentos
Os procedimentos cirúrgicos mais realizados no Brasil e no mundo são o Bypass Gástrico (Fobi-Capella) e a Gastrectomia Vertical (Sleeve), que apresentam resultados semelhantes a curto e médio prazo. Os dois tipos de cirurgia possuem diferenças técnicas, mas ambos os procedimentos podem ser realizados por videolaparoscopia, que se trata de um procedimento menos invasivo, com menores taxas de complicações pós-operatórias e uma recuperação mais rápida. Assim, após avaliação cirúrgica completa será indicada a melhor opção de tratamento de acordo com cada paciente.
Cirurgia Minimamente Invasiva
Cirurgia minimamente invasiva é o termo aplicado a todos os procedimentos cirúrgicos realizados por mínimo acesso, sem a utilização de grandes incisões. Utiliza-se o recurso de aparelhagem de vídeo e instrumentos próprios que permitem ao cirurgião realizar cirurgias sem colocar as mãos no interior do abdome (vídeolaparoscopia). Realizam-se micro incisões que podem variar de 1 a 2cm, e servem para introdução dos instrumentos e câmera de vídeo. Os benefícios são inúmeros como: melhor efeito estético, curto período de internação, menos dor e infecção pós-operatória, menor perda de sangue e retorno precoce as atividades habituais.
Nesse procedimento é realizado o grampeamento da parte superior do estômago para criar uma bolsa gástrica (pouch) de aproximadamente 40mL e um desvio no intestino, o que promove a perda de peso por dois mecanismos, tanto restritivo quanto disabsortivo.
É a técnica mais comum no Brasil e corresponde a cerca de 75% das cirurgias realizadas.
A média de perda do excesso de peso é aproximadamente 77% em um ano após a cirurgia.
Em um estudo recente, mostrou que em 96% de certas comorbidades, como hipertensão, diabetes, apneia do sono, dor lombar, diminuíram ou foram curadas.
Pode apresentar alguns riscos como:
– Anemia crônica devido deficiência de vitamina B12
– Síndrome de Dumping quadro consume muito açúcar ou grande quantidade de comida
– Dilatação da bolsa gástrica
– A parte desviada do estômago, duodeno, segmentos do intestino delgado não podem ser facilmente visualizadas usando RX ou endoscopia.
Combina um nível de restrição menor com alto grau de disabsorção. O grampeamento é utilizado para criar uma bolsa gástrica, mantendo sua saída natural. A maior parte do intestino é desviada, causando um alto grau de não absorção dos alimentos.
Os resultados mostram que os pacientes podem perder o excesso de peso de 74% em 2 anos, 81% em 03 anos, 84% em 04 anos e 91% em 05 anos.
– Pode apresentar distensão abdominal e evacuações ou gases mal cheirosos.
– Necessidade de suplementação vitamínica por toda vida.
– Recomendável e monitorização por toda a vida para cuidados com má absorção protéica, anemia e doenças ósseas.
– Aumento do risco de formação de cálculos biliares.
– Irritação intestinal e úlcera gástrica.
É realizado um grampeamento longitudinal no estômago pra criar um tubo gástrico com aproximadamente 100mL. O restante do estômago é retirado. Trata-se de um procedimento somente restritivo, pois diminuiu a capacidade de ingestão de alimentos. É irreversível, mas pode fazer parte de uma Derivação Biliopancreática com Switch duodenal ou ser revertido para um Bypass Gástrico em Y de Roux.
Não deve ser realizados em pacientes com grandes hérnias hiatais ou doença do refluxo. Geralmente não é necessária a reposição de vitaminas e microelementos. A média de perda do excesso de peso entre 50% a 80% em 2 a 3 anos após a cirurgia. Pode haver controle do diabetes e da hipertensão em até 50% dos pacientes.
Redução na Síndrome de Dumping.
Pode apresentar alguns riscos:
– Risco de fístula ou abscesso intra-abdominal pela longa linha de sutura.
– Lesão no pâncreas ou no fígado pelos instrumentos durante a cirurgia.
– Embolia pulmonar ou insuficiência respiratória
– Aumento do risco de formação de cálculos biliares.
– Hérnia incisional
Aproximadamente ¾ do estômago é removido, restringe a ingestão de alimento e reduz a acidez. Divide o intestino delgado e uma extremidade é anexada à bolsa gástrica para criar um canal alimentar, o que promove uma menor absorção do mesmo.
Os resultados mostram que os pacientes podem perder o excesso de peso de 74% em 2 anos, 81% em 03 anos, 84% em 04 anos e 91% em 05 anos.
– Pode apresentar distensão abdominal e evacuações ou gases mal cheirosos.
– Necessidade de suplementação vitamínica por toda vida.
– Recomendável e monitorização por toda a vida para cuidados com má absorção protéica, anemia e doenças ósseas.
– Aumento do risco de formação de cálculos biliares.
– Irritação intestinal e úlcera gástrica.
– Suscetibilidade para Síndrome de Dumping, com ingestão de doces, líquidos altamente calóricos ou produtos de laticínios.