Publicado dia 06 de fevereiro de 2020

Alerta: mais da metade dos brasileiros está acima do peso ideal

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A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção mundial para o ano de 2025 é de aproximadamente 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de pessoas obesas. No Brasil, a população de obesos também tem aumentado de forma alarmante. Segundo estudo divulgado na revista inglesa The Lancet, o país já tem mais da metade da população acima do peso ou obesa. O problema é mais comum entre as mulheres (58%) que os homens (52%).

Conforme explicam o cirurgião do Aparelho Digestivo Mário Marcos Lukschal Barbosa e o cirurgião Geral André Loureiro Margato, que integram a equipe do Hospital FOB, a obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura no corpo e decorre de vários fatores que resultam da interação de aspectos genéticos, ambientais, emocionais e também do estilo de vida. “É consequência do desequilíbrio constante entre o maior consumo e o menor gasto calórico, resultando, frequentemente, em sérios prejuízos à saúde. Ela se relaciona diretamente com outras doenças e pode ser causa delas, como hipertensão, diabetes, aumento do colesterol (dislipidemia), esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), dores articulares e lombares, infartos, apneia obstrutiva do sono e depressão”, explicam.

O parâmetro mais usado para definir a obesidade é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é uma forma para conhecer o estado nutricional do indivíduo.  Para calculá-lo, basta dividir o peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros (IMC = peso / altura x altura). Mas, os doutores Mário Marcos Lukschal Barbosa e André Loureiro Margato frisam que o IMC é apenas um indicativo de peso ideal. Outros fatores, como sexo, idade, condicionamento físico devem ser levados em conta. “O valor normal em adultos está entre 18,5kg/m² e 24,9kg/m². A obesidade grave é definida com o IMC maior que 35kg/m² (grau II) quando associado a outras comorbidades (como as doenças que foram listadas) ou se IMC maior que 40kg/m² (grau III). Nesses pacientes, após avaliação e acompanhamento criterioso de toda equipe interdisciplinar, formada por cirurgiões, endocrinologistas, cardiologistas, nutrólogos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais capacitados, a cirurgia bariátrica pode ser a melhor opção de tratamento”, detalham.

Quando a cirurgia bariátrica é a solução

A primeira opção para o tratamento da obesidade é clínica, incluindo dieta, exercícios físicos, medicação e acompanhamento de um endocrinologista e de um nutricionista ou nutrólogo, fisioterapeuta e um psicólogo. O objetivo é conscientizar o paciente da necessidade de substituir o sedentarismo e a má alimentação por hábitos de vida mais saudáveis que contemplem atividade física e dieta balanceada. “No entanto, quando a obesidade traz prejuízos à saúde e o tratamento clínico se mostra ineficaz, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. O método é conhecido popularmente como “redução de estômago”, mas vai muito além. Existem vários tipos de cirurgias disponíveis e cabe ao médico apresentá-los ao paciente e recomendar o mais apropriado e seguro de acordo com cada caso”, orientam.

A cirurgia bariátrica e metabólica (também conhecida como cirurgia da obesidade) reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. Segundo detalham os especialistas do Hospital FOB, os tipos de cirurgias bariátricas se diferenciam pelo mecanismo de funcionamento. “Existem três procedimentos básicos da cirurgia bariátrica e metabólica, que podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia (menos invasiva e mais confortável ao paciente): o restritivo, que diminuem a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar; o disabsortivo, que reduz a capacidade de absorção do intestino e as técnicas mistas, que empregam pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino com discreta má absorção de alimentos”, acrescentam.

É importante destacar que não se trata de uma cirurgia estética ou milagrosa, e sim, um procedimento que possibilita o tratamento de uma grave doença que afeta todo o corpo. “Os benefícios da cirurgia bariátrica e metabólica são a perda de peso, remissão ou facilitação do controle das doenças associadas à obesidade (tais como diabetes, dislipidemias e hipertensão), diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida física e social. Mas como toda cirurgia abdominal, deve-se ter cautela na indicação do procedimento, uma vez que a operação apresenta riscos de complicações imediatas (até mesmo a morte) e possibilidade de desnutrição a longo prazo”, finalizam o doutor Mário Marcos Lukschal Barbosa e o cirurgião Geral André Loureiro Margato.

Recentemente, o Conselho Federal de Medicina publicou no Diário Oficial da União a Resolução n° 2.131/15 que aumenta o rol de comorbidades para indicação de cirurgia bariátrica em pacientes com IMC entre 35kg/m² e 40kg/m².  Procure um especialista no Hospital FOB e saiba mais.